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10/17/2006

Conselho Teológico

Inicialmente se faz necessário um esclarecimento: o tema proposto não
é, nem de longe, algo que os sábios e anciãos estão qualificados a
fazer - "aconselhar". Não é essa a proposta. Antes é o fruto de
vários dias (pra não dizer meses) de observação à realidade
denominacional - o que me desperta intensa e apaixonada atração. Digo
isto, porque entendo que nós, batistas brasileiros, herdeiros das
tradições e conquistas de nossos pais reformadores e reformados,
carecemos de uma profunda e urgente REFORMA. Já compartilhei em outro
texto (É HORA DO CISMA?) que não sou adepto das idéias de uma "nova"
denominação e nem de conformar-se com a situação. Assim, passo a
compartilhar com os amigos e amigas o que, creio, o Senhor tem me
permitido ver, sentir e agir em favor dessa nossa identidade cristã,
chamada BATISTA.

Parto do princípio que a essência de nossa realidade ora confusa, ora
atrapalhada, não é meramente administrativa ou financeira. Entendo
que essas são evidências daquilo que está lá nas entranhas: a
questão é teológica! Não quero com isso menosprezar ou transparecer
que não exista ou não seja uma questão espiritual. É óbvio que é
uma questão espiritual. Não digo com isso que ela não seja o ponto
central. Ela é a questão central. Contudo, não quero tornar, nem lhe
conduzir em uma reflexão, essa explanação uma exposição ebdista,
ou seja, simplória e elementar. Daí, denomino como essência: o
problema é teológico.

Deixe-me justificar minha tese! O que acompanhamos nas manchetes, nos
informes, nos diálogos; o que nossos olhos conseguem enchergar, nossos
ouvidos captar, na verdade são reflexos, e por conseguinte,
consequências causadas e não as causas propriamente. Isto vou chamar
práticas eclesiásticas.

Nenhuma prática eclesiástica surge e é efetivada do nada. Foi
necessário que seus executores passassem pelo processo de formação
ou formulação da opinião, ou seja, lhes foi dado de beber de alguma
fonte (ou algumas) que, então, consideraram segura e inquestionável,
capaz o suficiente de embasar as ações que propunha. A essas fontes
vou chamar produção teológica.

Contudo, nenhuma produção é gerada por si mesma. Lhe é necessária
uma causa. Essa causa denominarei de pensamento teológico.

Assim, afirmo que nossas práticas eclesiásticas são motivadas pelas
produções teológicas que temos bebido, as quais não são originadas
do que pensamos teologicamente, pois, não temos feito isso, e sim, do
que outros têm pensado, e por conseguinte, produzido, sendo esta a
causa de nossos desvaneios administrativos, financeiros,
eclesiásticos e até espirituais.

Digo, e lhes afirmo, que é chegada a hora de voltar a desenvolver o
pensamento teológico batista, e produzirmos seus frutos abençoadores
da identidade cristã que ostentamos e, temos por herança perpertuar
até o Dia do Senhor. É através dele, e só através dele, que
seremos capazes de, em tempo hábil, reparar os desvios, corrigir as
atitudes, alimentar a alma, nutrir o espírito, voltando para os
trilhos do crescimento sonhado, orado e querido por todos nós.

O que fazemos demonstram o que e como pensamos!

Este texto, é na verdade, uma introdução à proposta que estou
elaborando de criação de um CONSELHO TEOLÓGICO para a Convenção.
Assim como são criadas organizações, associações e departamentos
com vistas a permitir o desenvolvimento da Instituição, digo que
precisamos urgentemente de um Conselho que pense e produza
teologicamente, alimentando nossas igrejas, tornando suas práticas
(que são nossas) identificadas com aquilo que verdadeiramente cremos e
pensamos.

Gostaria de saber o que você pensa sobre tudo isso. Vamos ajudar a
reformar nossa denominação tornando-a mais saudável e produtiva
como para isso fomos criados.

... continua.

Pr. André S. Bahia
Pastor da TIBAL

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