Os produtos da floresta
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Cupuaçu
Este parente próximo do cacau é usado na fabricação de sucos, doces e sorvetes e é comercializado nos mercados do sul do Brasil e exterior. Existem alguns locais onde se está produzindo, a partir do óleo de suas sementes, o cupulate, semelhante ao chocolate e base para alguns cosméticos.
Castanha
A castanha é conhecida internacionalmente pelo sabor e valor nutritivo. Muitas comunidades têm boa parte de sua renda comprometida na extração do produto. As castanhas são comidas puras e da sua fruta são feitos óleo e biscoitos. O óleo, anteriormente, começa a ser produzido em algumas reservas extrativistas do Amapá e por índios Kayapó no Pará, que o vendem ao mercado estrangeiro para a fabricação de cosméticos. A castanha possui um micro-nutriente essencial ao homem, o selênio, que é um importante antioxidante. Também é rica no aminoácido essencial Metionina, importante para a síntese de proteínas.
Guaraná
Popular no país e no exterior, o guaraná é uma planta nativa da Amazônia, em forma de arbusto ou cipó lenhoso, da qual se faz o famoso refrigerante e o estimulante. Os índios Sateré-Mawé foram os descobridores das virtudes fitoterápicas da planta e são os detentores da "tecnologia" do cultivo (coleta e transplante das mudas, cuidados na torrefação em fornos de barro, etc). Desde 1995 existe na área indígena andirá-Marau- com 8.000 km², que reúne 70 aldeias com 7.000 pessoas na fronteira dos estados do Amazonas e Pará - o Projeto Guaraná, que busca proteger o único banco genético da planta existente no mundo. O guaraná é vendido ara o mercado europeu e os recursos gerados retornam para os Sateré-Mawé. Hoje, seis toneladas de guaraná em pó e em barras são exportadas anualmente pelo projeto a US$ 35-40 o quilo. Na região, além da venda do guaraná, estão em desenvolvimento projetos de coleta diferenciada de lixo, criação de abelhas nativas e agroturismo ecológico, que vai possibilitar às pessoas que queiram conhecer o processo de cultivo da planta, fazê-lo nos próximos anos.
Açaí
O fruto nativo da Amazônia sempre foi consumido pelas populações nas margens dos rios e agora ganhou o mercado no sul do Brasil e norte-americano como produto energético. É rico em vitamina B1, magnésio e ferro. A palmeira do açaí também produz palmito, mais aceito pela população pela semelhança de gosto com o palmito juçara, do sul do País, e suas sementes são muito utilizadas no artesanato local.
Camu-camu
Essa fruta pequena e azeda tem quatro vezes mais vitamina C do que a acerola e 30 vezes mais que a laranja. É um fruto de planta nativa da Amazônia e se encontra disperso pela região. seus frutos são pequenas esferas do tamanho de
cerejas, de casca mais resistente do que a acerola, lembrando a jabuticaba. apresenta uma cor avermelhada que, à medida que amadurece, passa a um roxo enegrecido. A Amazônia peruana já a consome em refrescos, sorvetes, picolés e tortas. A casca é acrescentada à polpa, pois é o que contém a maior parte dos teores nutritivos. No Brasil, algumas reservas, como a de Iratapuru no Amapá, já estão beneficiando a polpa.
Pupunha
Fornece frutos que alimentam o homem e animais e palmito, que cresce e rebrota em touceiras e não exige o sacrifício de uma planta inteira para fornecer um único palmito, como o que acontece com o da espécie juçara, da Mata Atlântica. O fruto, cozido em água, rico em carboidratos e vitamina A, é muito apreciado. A pupunha contém mais proteínas do que a mandioca, pode ser transformada em farinha e de suas raízes se retira um medicamento para controle de verminoses. Dos frutos cozidos da palmeira faz-se uma bebida que, misturada à banana ou à mandioca, é deixada a fermentar por alguns dias, transformando-se em uma bebida alcoólica. Suas folhas são utilizadas como palha e fibra vegetal para a construção e artesanato e seu caule pode ser usado para a fabricação de móveis.
Óleos e essências
Há mais de dois séculos, o pau-rosa é uma das espécies mais exploradas para a extração do óleo essencial na região amazônica. Como a extração da essência implica no corte da árvore, a espécie é considerada em perigo e atualmente a exploração está sendo regulamentada pelo Ibama, que determina que todos os produtores de óleo essencial de pau-rosa devem repor 80 mudas para cada tonel (180 kg) produzido. Algumas instituições estão desenvolvendo uma forma de tirar o óleo do pau-rosa dos galhos e folhas, para impedir a destruição de toda a árvore. outras espécies, como o puxuri, do qual a essência é extraída das fohas e galhos, o cumaru e andiroba, cujos óleos são extraídos da semente, são espécies aromáticas significativas na região e têm seus óleos essenciais vendidos para o Brasil e exterior para a produção de cosméticos. A copaíba é outra espécie importante e seu óleo é tirado do tronco, dos galhos e das folhas. Esta resina oleosa é usada como componente para verniz, cosméticos e na indústria farmacêutica. Muitas vezes substitui o óleo de linhaça em tintas, como secante. Algumas comunidades em Silves, no estado do Amazonas, e no amapá, têm explorado de forma sustentável estas espécies para a fabricação de produtos naturais.
Plantas medicinais
O conhecimejnto sobre as plantas medicinais e suas propriedades na floresta amazônica é grandioso. até hoje, muitas comunidades têm seus tratamentos baseados na ciência tradicional. O jatobá, por exemplo, é usado para combater a anemia, o xixuá é usado contra o reumatismo, a carapanaúba, contra a malária e outras febres da floresta. uma das plantas preferidas pelos caboclos da floresta é a saravura-mirá, uma espécie de cipó que cortado em pedaços tem sua casca raspada em uma cuia com água e dela resulta uma bebida amarga - que lembra a cerveja - que serve no combate ao reumatismo e no restabelecimento de energias.
Alucinógenos
A flora amazônica é muito rica em alucinógenos, dos quais a ayahuasca, que ján tinha um valor religioso entre os povos indígenas, assumiu um papel importante entre os seringueiros e povos da floresta. Comunidades foram fundadas na Amazônia e se espalharam pelo Brasil, tendo suas regras sociais baseadas em critérios espirituais, formando duas grandes correntes: a da União do Vegetal (UDV) e a do Santo daime, além de outras, como a Barquinha. O chá preparado com o cipó mariri ou jagube e com a folha da chacrona ou rainha é conhecido como vegetal, hoasca ou Santo Daime e, de acordo com seus usuários, é um veículo de iluminação.
Conteúdo retirado do Guia Amazônia - Brasil da Editora Horizonte
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