10/25/2009

A caçada ao fóssil vivo leia na integra
aqui.
Pesquisador descobre no mar uma espécie animal que se estimava extinta há 50
milhões de anos

Fabiana Guedes

*Fundo do mar *O Paleodictyon nodosum foi encontrado no Atlântico a três
mil metros de profundidade

Quanto tempo um cientista deve despender na busca de respostas a uma questão
que, muitas vezes, ele mesmo se propôs? Para o oceanógrafo americano Peter
Rona, da Universidade de Rutgers, esse tempo de dedicação, se necessário,
pode ser a vida inteira.

Até certo ponto, isso é um modo figurado de se expressar, mas convenha-se
que três décadas de pesquisas mostram, e bem, a perseverança de um
cientista. Pois foi exatamente ao longo de 33 anos que Rona submergiu,
inúmeras vezes, a bordo de submarinos, na região norte do Oceano Atlântico,
próximo dos EUA, ultrapassando a marca de três mil metros de profundidade.

O seu objetivo era solucionar o seguinte mistério: o que seriam aqueles
segmentos hexagonais, extremamente porosos, que se expunham a seus olhos? De
que seria composto aquele estranho chão oceânico? De tão inusitados, chegou
a cogitar, por um breve período de tempo, de que se tratava de pegadas de
seres extraterrestres.

Essa suposição, imaginativa demais, logo se afogou diante da racionalidade
da ciência. Rona intuía que poderia estar prestes a descobrir uma raridade
da natureza ou, mais precisamente, da cadeia de evolução das espécies.

Ele poderia estar diante de um "fóssil vivo", expressão cunhada pelo
naturalista Charles Darwin, que assim definia seres que biologicamente
evoluíram, rareando-se em complicados ecossistemas e mantendo-se na
aparência extremamente iguais a seus antepassados.

ele descobriu que os segmentos desse solo, nessa parte do oceano, são
formados por fósseis da espécie *Paleodictyon nodosum* que se estimava *
extinta* há mais de 50 milhões de anos. Ou seja: o fato de existir um chão
formado por esses fósseis, que se expandem feito casulos, a concluir que na
região norte do Atlântico há fortes indícios de existência de um raríssimo
"fóssil vivo".

No caso, esse fóssil se compõe de exemplares de *Paleodictyon nodosum*, que,
justamente por viverem em condições extremas no fundo dos oceanos, acabaram
protegidos dos ciclos predatórios, se desenvolveram biologicamente, mas se
conservaram, do ponto de vista morfológico, praticamente idênticos a seus
ancestrais.

"Considero o momento da descoberta como algo excepcional", diz Rona. "Não se
trata de qualquer fóssil, mas, isso sim, de uma demonstração de uma forma de
vida muito complexa", diz Adolf Seilacher, paleontólogo da Universidade de
Yale.

"Esse animal monta galerias e túneis e sabemos que seus parentes mais
longínquos no tempo datam de cerca de 500 milhões de anos."

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