O Brasil, que renunciou à arma nuclear, pretende dotar-se de forças armadas decisivas, resultado coerente com o papel de grande potência regional. Mas não é tudo o que o presidente Lula ambiciona em uma América Latina muito mais unida que hoje. O gigante cronicamente atrofiado até alguns anos atrás aspira a um lugar no Conselho de Segurança da ONU e aparece hoje em qualquer lista dos poucos países que contarão no século 21. Não há fórum de longo alcance, político ou econômico, no qual ele não comece a jogar um papel que muito poucos teriam previsto. As conquistas brasileiras foram deslocando o centro de gravidade latino-americano em claro detrimento de um México que, abismado em suas enormes dificuldades de todo tipo, aspirava a esse papel de ímã.
Apesar de seus contrastes - desde uma sustentada corrupção até o ocasional alinhamento internacional com regimes inapresentáveis -, o grande salto do Brasil se deve em boa medida aos quase sete anos de esquerdismo pragmático de Lula e à semente econômica deixada por seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso. Desde sua chegada ao poder, o ex-líder sindical teve a rara coragem de manter uma política econômica responsável, que entre outros sucessos tirou da miséria milhões de seus compatriotas. Em uma região frequentemente pendular, Lula da Silva demonstrou que existem modelos de desenvolvimento e comportamento político muito mais produtivos e funcionais do que os que propõem Chávez e seus admiradores. Esse contrapeso prático ao demagógico discurso bolivariano em ascensão é um de seus maiores serviços aos americanos.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves
9/19/2009
aspirações globais do Brasil - 15/09/2009 - El País
O armamento comprado da França confirma as aspirações globais do Brasil - 15/09/2009 - El País
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