Embarque nesta  viagem de 12 capítulos, mês a mês, conhecendo a emocionante história do Irmão  André, um "agente secreto de Deus".
    
Os desafios  continuam e a Igreja do Senhor continua sendo perseguida em muitos lugares e é  nosso papel nos envolvermos e ajudarmos.
Emoção é o que não  falta neste relato recheado de fé, coragem, confiança em Deus e amor pela  Igreja Perseguida. Uma história que também pode ser a sua, a minha...
"Desde a  primeira vez em que calcei tamancos de madeira - nós os chamamos klompen, na  Holanda - eu sonhava com feitos heróicos. Imaginava que era espião
em serviço na retaguarda do inimigo; que rastejava por debaixo de arame farpado, enquanto projéteis luminosos ardiam no ar, perto de mim.
em serviço na retaguarda do inimigo; que rastejava por debaixo de arame farpado, enquanto projéteis luminosos ardiam no ar, perto de mim.
Nós, garotos  holandeses, utilizávamos os tamancos para lutar: qualquer menino que fosse  atingido com um daqueles sapatos de madeira, o fôra apenas porque não pegara o  seu próprio, suficientemente rápido. Eu era rápido, gostava de correr mas o  tempo corria mais depressa do que eu...
"Está na hora de  você escolher uma profissão, André" avisou meu pai, "no próximo outono eu quero  saber a sua decisão". Debaixo dos suspiros de minha mãe, respondi meses depois:  "Vou ingressar no exército".
Então, você vai em  busca de aventuras? Perguntou-me um vizinho. Vou orar por você, André. Vou orar  para que a aventura que você encontrar o satisfaça. Olhei para ele admirado. O  que ele queria dizer com "aventura que satisfaça"? pensei, enquanto olhava para  os campos planos que se estendiam a perder de vista em todas as direções.
Sei que nos dois  anos seguintes, tornei-me famoso entre as tropas holandesas na Indonésia, por  minhas loucas bravatas no campo de batalha. Quando lutávamos, lutávamos como  doidos. Quando bebíamos, bebíamos até perder os sentidos. Quando eu acordava,  depois daquelas orgias, ficava imaginando por que estaria agindo daquela  maneira, mas a pergunta sempre ficava sem resposta.
E então, certa  manhã, uma bala atingiu o meu tornozelo, e para mim a guerra acabou. Aconteceu  tão repentinamente e, a princípio, foi tão indolor, que eu não sabia o que  havia acontecido. Havíamos todos caído em uma emboscada. O  inimigo  atacava de três lados, com uma força muitas vezes superior à nossa, e quando  estava correndo, de repente caí. Eu sabia que não havia tropeçado, mas não  podia me levantar.
Horas depois, fui  levado para a mesa de operação em um hospital de campanha. Eles levaram duas  horas e meia para costurar meu pé. Ouvi os médicos discutindo se deviam amputar  ou não. Minha grande aventura fracassara. E o que era pior, eu estava com vinte  anos, e descobrira que não havia nenhuma aventura verdadeira em parte alguma do  mundo.
Então, em meio à  manhã em setembro de 1949, estávamos sentados na cama, lendo e escrevendo  cartas, depois dos exercícios matutinos, quando a enfermeira entrou, no quarto  do hospital: "quero convidar vocês todos para participarem da reunião que  teremos hoje à noite na tenda". Era um culto.
Ainda ecoa dentro  de minha cabeça: Deixa o meu povo ir... deixa-me ir...' parece ser bobagem  dizer que um simples hino que eu apenas ouvira, naquela noite e nem chegara a  cantar poderia tornar-se uma oração, e que Deus poderia atendê-la. Nada no mundo  me interessava, exceto a incrível viagem de descobrimentos em que eu estava  empenhado."Amigos", disse o pastor, "esta noite, sinto que uma coisa muito  especial vai acontecer nesta reunião. Há alguém no meio do auditório que deseja  se entregar para o trabalho missionário."
Será que eu  pretendia mesmo ser missionário ou aquilo era apenas um sonho romântico? Eu  ouvira Sidney Wilson falar muitas vezes de "oração insistente". Com isso ele  queria dizer orar até receber a resposta. Bem, eu iria tentar...
Orei durante toda  aquela hora, e continuei durante o resto da tarde. Escureceu, e eu ainda não  chegara ao ponto de ter a certeza de que descobrira o plano de Deus para minha  vida. "O que é, Senhor? O que é que estou retendo? Qual a desculpa que estou  dando para não te servir em qualquer coisa que queira que eu faça?"
E então, ali,  finalmente encontrei a resposta. O meu "sim" para Deus sempre fora um "sim,  mas..." Sim, mas não tenho cultura. Sim, mas sou aleijado.
Com todo o coração,  eu disse "Sim". Pronunciei-o de forma completamente diferente, sem restrições.
"Eu irei, Senhor",  disse eu, "não importa como. Quando quiseres, aonde quiseres, como quiseres, eu  irei. E começarei neste momento. Senhor, quando eu me levantar deste lugar,  quando eu der o primeiro passo, considere que é um passo em direção à completa  obediência a Ti.
De volta ao lar, já  não podendo servir ao exército, não conseguia parar de pensar na decisão que  tomara. Dentro de mim, uma pequena voz parecia dizer: "Vá!" Era a voz que havia  me chamado no vento, a voz que nunca fazia sentido em termos de lógica. Era a  voz do Espírito Santo de Deus!
Até que certa  manhã, apertei a mão de papai, e corri para a estrada, para pegar o ônibus e  começar a primeira parte de uma viagem que continua até hoje."
(Foto: No centro, o  jovem soldado André, na Indonésia, 1947)
(Foto: André com  seu macaco de estimação (Kees), 1948, Indonésia)
(Foto: André (à  direita) e outros pacientes, também na Indonésia, 1949)
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