19/03/2007
FRANCISCO MADUREIRA
Editor do UOL Tecnologia, em Hannover (Alemanha)
Editor do UOL Tecnologia, em Hannover (Alemanha)
Imagine um sistema que entende se uma música MP3 que você tem no computador é alegre, triste, rápida, relaxante ou tem uma instrumentação complexa. Em seguida, ele compartilha essas informações com outros internautas e, a partir das músicas que encontra em uma rede de troca de arquivos, traz até você recomendações de outras músicas do mesmo estilo, para que você amplie seu repertório.
Pois o sistema já existe, e é a nova aposta do Instituto Fraunhofer, criador do popular formato MP3 de música digital. "Esta é a forma mais intuitiva de ouvir música, e acreditamos que este é o futuro", disse Christoph Bastuck, pesquisador de Sistemas Semânticos de Metadados.
Bastuck mostrou ao UOL Tecnologia como funciona. A primeira etapa é o rastreamento de conteúdo multimídia, algo que, segundo ele, ainda é difícil na Web. "A maioria dos sistemas de busca na Internet hoje conseguem encontrar imagens ou músicas, mas baseados apenas em nomes de arquivos ou em palavras-chave catalogadas manualmente", explica Bastuck.
O novo sistema vai além —consegue reconhecer, pelas ondas sonoras da música, informações semânticas como o andamento, a densidade de instrumentos e a melodia. O algoritmo também consegue segmentar a harmonia em diferentes trechos da música, transcrever apenas a linha de bateria ou reconhecer separadamente trechos cantados e trechos musicais.
Uma vez analisada a música, um plug-in do popular player Winamp exibe a onda sonora dividida em trechos, além de informações como o tempo da música (em batidas por minuto), seu humor (alegre ou triste, por exemplo), a porcentagem de elementos rítmicos (capaz de distinguir uma música dançante) e a densidade instrumental (que pode diferenciar uma versão acústica de uma em estúdio). Todos esses dados são adicionais às conhecidas tags ID3 dos MP3, informações anexadas à música e que são exibidas nas telas dos players digitais como o iPod.
Recomendações
Com o mapa da música nas mãos, chegamos à segunda parte do sistema —o compartilhamento dos metadados (informações sobre um conteúdo) do MP3 em uma rede de troca de arquivos ou Freebies.
Os Freebies são trechos de 30 segundos da música que acompanham todos os dados coletados no reconhecimento da canção. Ao clicar sobre um Freebie, você pode pedir ao programa de troca de arquivos que busque em sua rede MP3 semelhantes. O sistema então usa as informações sobre tempo, humor ou densidade instrumental para sugerir Freebies semelhantes. Em seguida, é possível ouvir o trecho da música ou ser direcionado para uma loja de músicas para comprar a canção.
Bastuck explica que o sistema oferece Freebies em vez de MP3 completos para evitar a pirataria. "A cópia de MP3 é algo hoje amplamente disseminado, mas isso porque não há realmente uma alternativa boa para quem quer conhecer novas músicas pela Internet", diz. Mas e sites como o Last.fm e o Pandora? "São iniciativas interessantes, mas ainda dependem de trabalho manual. O Pandora, por exemplo, tem uma equipe de cerca de 40 especialistas em música que criam manualmente um banco de dados com informações musicais que o sistema depois cruza. Aqui nós estamos falando de um sistema automático de recomendações."
O mapeamento de MP3 e as recomendações musicais por Freebies ainda estão em fase piloto, e o Instituto Fraunhofer está em busca de parcerias para colocar o sistema no mercado. "Podemos pensar em um cenário que também independa da indústria fonográfica, em que não seja preciso depender da indústria fonográfica", diz Bastuck. Segundo ele, novas bandas poderiam cadastrar seus MP3 diretamente no sistema —e quem buscasse recomendações de sons parecidos aos dela entraria em contato com as músicas automaticamente.
O especialista adiantou que, além do reconhecimento automático de músicas, o Instituto Fraunhofer também já trabalha em identificação e recomendações de vídeos. Ainda não há previsão, no entanto, para que a tecnologia seja exposta ao público.
Pois o sistema já existe, e é a nova aposta do Instituto Fraunhofer, criador do popular formato MP3 de música digital. "Esta é a forma mais intuitiva de ouvir música, e acreditamos que este é o futuro", disse Christoph Bastuck, pesquisador de Sistemas Semânticos de Metadados.
Bastuck mostrou ao UOL Tecnologia como funciona. A primeira etapa é o rastreamento de conteúdo multimídia, algo que, segundo ele, ainda é difícil na Web. "A maioria dos sistemas de busca na Internet hoje conseguem encontrar imagens ou músicas, mas baseados apenas em nomes de arquivos ou em palavras-chave catalogadas manualmente", explica Bastuck.
O novo sistema vai além —consegue reconhecer, pelas ondas sonoras da música, informações semânticas como o andamento, a densidade de instrumentos e a melodia. O algoritmo também consegue segmentar a harmonia em diferentes trechos da música, transcrever apenas a linha de bateria ou reconhecer separadamente trechos cantados e trechos musicais.
Uma vez analisada a música, um plug-in do popular player Winamp exibe a onda sonora dividida em trechos, além de informações como o tempo da música (em batidas por minuto), seu humor (alegre ou triste, por exemplo), a porcentagem de elementos rítmicos (capaz de distinguir uma música dançante) e a densidade instrumental (que pode diferenciar uma versão acústica de uma em estúdio). Todos esses dados são adicionais às conhecidas tags ID3 dos MP3, informações anexadas à música e que são exibidas nas telas dos players digitais como o iPod.
Recomendações
Com o mapa da música nas mãos, chegamos à segunda parte do sistema —o compartilhamento dos metadados (informações sobre um conteúdo) do MP3 em uma rede de troca de arquivos ou Freebies.
Os Freebies são trechos de 30 segundos da música que acompanham todos os dados coletados no reconhecimento da canção. Ao clicar sobre um Freebie, você pode pedir ao programa de troca de arquivos que busque em sua rede MP3 semelhantes. O sistema então usa as informações sobre tempo, humor ou densidade instrumental para sugerir Freebies semelhantes. Em seguida, é possível ouvir o trecho da música ou ser direcionado para uma loja de músicas para comprar a canção.
Bastuck explica que o sistema oferece Freebies em vez de MP3 completos para evitar a pirataria. "A cópia de MP3 é algo hoje amplamente disseminado, mas isso porque não há realmente uma alternativa boa para quem quer conhecer novas músicas pela Internet", diz. Mas e sites como o Last.fm e o Pandora? "São iniciativas interessantes, mas ainda dependem de trabalho manual. O Pandora, por exemplo, tem uma equipe de cerca de 40 especialistas em música que criam manualmente um banco de dados com informações musicais que o sistema depois cruza. Aqui nós estamos falando de um sistema automático de recomendações."
O mapeamento de MP3 e as recomendações musicais por Freebies ainda estão em fase piloto, e o Instituto Fraunhofer está em busca de parcerias para colocar o sistema no mercado. "Podemos pensar em um cenário que também independa da indústria fonográfica, em que não seja preciso depender da indústria fonográfica", diz Bastuck. Segundo ele, novas bandas poderiam cadastrar seus MP3 diretamente no sistema —e quem buscasse recomendações de sons parecidos aos dela entraria em contato com as músicas automaticamente.
O especialista adiantou que, além do reconhecimento automático de músicas, o Instituto Fraunhofer também já trabalha em identificação e recomendações de vídeos. Ainda não há previsão, no entanto, para que a tecnologia seja exposta ao público.
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